O estado do Espírito Santo avança com uma iniciativa que poderá impulsionar ainda mais o mercado de energia limpa. Recentemente, o governo estadual apresentou uma proposta que visa diminuir significativamente o imposto sobre combustíveis de fontes renováveis. A ideia é reduzir a alíquota de ICMS de 12% para apenas 1,8% na produção e distribuição de biogás e biometano. Essa medida surge em um momento estratégico, em que a busca por alternativas sustentáveis se torna essencial para o futuro energético do país.
A redução proposta no ICMS deve beneficiar diretamente toda a cadeia produtiva ligada ao biogás e ao biometano. Atualmente, esses combustíveis renováveis são vistos como alternativas viáveis ao gás natural de origem fóssil, especialmente devido à sua menor emissão de poluentes. Com uma carga tributária mais leve, a expectativa é que haja um aumento na competitividade desses produtos, estimulando tanto novos investimentos quanto a expansão de projetos já existentes dentro do estado.
Além de incentivar a economia verde, a proposta também reforça o compromisso do Espírito Santo com a agenda climática. A utilização de biogás e biometano contribui para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, além de agregar valor a resíduos orgânicos que seriam descartados. A nova política fiscal pode ser uma poderosa aliada na transição energética, trazendo benefícios econômicos, ambientais e sociais para a região e seus habitantes.
Outro aspecto relevante da proposta é o fortalecimento do setor agroindustrial, principal fonte de matéria-prima para a produção desses combustíveis. Ao tornar o biogás e o biometano mais acessíveis, o governo cria um ciclo virtuoso, em que produtores rurais também se beneficiam com novas oportunidades de geração de receita. Essa integração entre sustentabilidade e economia rural pode servir de exemplo para outros estados brasileiros que buscam alternativas eficientes de crescimento.
Os impactos positivos esperados vão além das fronteiras capixabas. Ao fomentar a produção de combustíveis renováveis, o Espírito Santo poderá se tornar um polo de referência na geração de energia limpa, atraindo empresas e profissionais qualificados. O mercado de trabalho tende a se aquecer com a criação de novos empregos voltados para inovação tecnológica, pesquisa e operações logísticas voltadas à distribuição dos novos combustíveis.
Mesmo com todas as vantagens, a implementação dessa medida exigirá ajustes na infraestrutura de distribuição e consumo. O mercado ainda está em processo de adaptação para comportar uma oferta crescente de biogás e biometano. Portanto, será essencial que políticas públicas complementares sejam desenvolvidas para apoiar a logística, o armazenamento e o uso eficiente desses recursos, garantindo que a redução do ICMS tenha efeitos concretos e duradouros.
A iniciativa também pode estimular debates nacionais sobre a necessidade de atualização das políticas tributárias no setor energético. A tributação mais justa e incentivadora para fontes renováveis é uma demanda antiga de especialistas e empresas do ramo. O movimento do Espírito Santo, se bem-sucedido, poderá influenciar outras unidades da federação a repensarem seus modelos fiscais e a buscarem soluções mais alinhadas com os compromissos internacionais de redução das emissões de carbono.
Em um cenário de crescente preocupação ambiental e de necessidade de diversificação energética, a proposta capixaba representa um passo audacioso e necessário. A expectativa é de que, com a redução do ICMS para biogás e biometano, o estado se consolide como protagonista no cenário nacional de energias renováveis, provando que o incentivo correto pode transformar desafios ambientais em oportunidades reais de desenvolvimento econômico e social.
Autor: Mikeal Jorblud